A Secretaria Estadual do Meio Ambiente divulgou que, até o dia 1º de maio, a situação do Rio Camaquã se encontra com apenas 0,25 centímetros de nível, sendo que a média histórica é de, pelo menos, 1,4 metro.
Segundo o integrante do Comitê de gerenciamento da Bacia do Rio Camaquã, o vereador bajeense Antenor Teixeira, que é morador próximo ao rio, a situação está 'crítica, trágica'. “No baixo Camaquã a água está muito baixa, tem muita areia e assoreamento, e tem o mínimo de lavoura no local”, contou.
No mês de abril, um relatório que analisa a situação hidrológica e projeta as condições meteorológicas no Rio Grande do Sul, neste primeiro semestre de 2020, apontou que a chuva, prevista para os próximos meses, pode ser insuficiente para reverter o quadro de estiagem no Estado.
Teixeira conta, como morador do local, que a situação, de fato, preocupa. “As pessoas não estão entendendo o que é essa estiagem, este perigo.
O prejuízo da região será enorme. Todo o produto do local está em perigo. As sangas, açudes, rios, estão baixos ou secos. O gado tem dificuldade para chegar até a água, ninguém está comprando os produtos, os terneiros (vacas de invernar) não são adquiridos. Eu procurei saber se há previsão de chuva e não tem e o que aparece não é suficiente”, contou.
O vereador ainda evidenciou que é, em sua visão, uma tragédia o que está acontecendo. Conforme ele, nem na pior seca da região (1988/1989) a situação não estava tão crítica. “Na época, vários produtores tinham que vender e se desfazer dos animais devido à seca.
Vários animais morreram de sede. Estamos atravessando uma tragédia”, comentou.
Em abril, oito bacias hidrográficas já se encontram em situação de alerta em função da baixa disponibilidade hídrica: Gravataí, Lago Guaíba, Sinos, Cai, Baixo Jacuí, Alto Jacuí, Taquari-Antas e Camaquã. O Rio Camaquã, inclusive, é um dos mais afetados pela estiagem. Dados da estação de medição Passo do Mendonça apontam o menor nível histórico em toda a série de 56 anos de coleta de informações.
As precipitações, segundo o documento, que devem ocorrer de forma mais regular e com volumes mais expressivos entre este mês e julho, devem ser mal distribuídas pelo Estado. Baseada nestas projeções, a Secretaria destaca que não será possível a recuperação do sistema hídrico, que registra déficit histórico quando comparado com anos anteriores.
O relatório projeta ainda que o cenário de chuvas abaixo da média, resultado da ausência dos fenômenos meteorológicos El Niño e La Niña, siga ao longo de todo o segundo semestre de 2020.
Informações Jornal Minuano
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