sábado, 10 de outubro de 2020

Família garante que idosa não morreu de Covid; prefeito diz que a cada morte ocorre esta contestação

 

A família da idosa Neli Tavares Pacheco, 75 anos e que teve morte cerebral na quinta-feira (8) quando estava internada em uma unidade hospitalar em Rio Grande, repudia a ação da Secretaria de Saúde de Pinheiro Machado, município de origem da vítima, que a lançou no Boletim Epidemiológico divulgado diariamente como sendo a 6ª morte por Covid-19 na cidade. 

Neli foi internada com coronavírus dia 28 de agosto no Hospital de Oncologia e Cardiologia da Santa casa de Rio Grande, passou pelo período de isolamento que, conforme familiares durou 18 dias, foi considerada curada e por isso foi para um quarto onde, a seguir, teve uma parada cardíaca e um Acidente Vascular Cerebral (AVC) o que levou aos médicos entubar a paciente e, posteriormente, transferi-la para o Hospital de Furg onde ficou mais dez dias internada até a morte. 

A reportagem, a família enviou dois arquivos de áudio que são de conversas gravadas com recepcionistas do hospital onde a senhora morreu e no conteúdo, eles, familiares, indagam se a causa foi Covid e, sendo assim, não poderiam realizar velório e nem mesmo abrir o caixão, o que é negado pela funcionária que explica que no atestado de óbito a Covid 19 constaria sim, por integrar o histórico da paciente, mas que este não foi o motivo do óbito, pois a idosa se curou da doença, tanto que foi para o quarto. 

Ao site Eu Falei Piratini, o filho de Neli, Sérgio Tavares Pacheco, repudia a decisão do município em lançar o caso de sua mãe nas estatísticas provocadas pelo coronavírus. “Não aceitamos isso porque ela foi curada da Covid. Minha mãe morreu de AVC Isquêmico e -Choque Séptico ou Pulmonar. Se tivesse coronavírus muitos de nós teríamos nos contaminado, uma vez que ficamos alguns dias a cuidando no quarto com a autorização do hospital. Eu abracei ela, conversei com ela. Então não ser possível realizar o velório, abrir o caixão para se despedir, é algo que não aceitamos”, explica Pacheco. 

Fizemos contato com o prefeito de Pinheiro Machado, José Antônio da Rosa (PDT), e ele deu sua posição bastante enfática. “Está bem complicada esta situação. A cada morte por coronavírus na cidade ocorre esta contestação. Nós, enquanto prefeitura temos que observar o que está no Atestado de Óbito e neste está bem claro: “ morte cerebral devido à infecções dado a ação do vírus”. Isso foi o que saiu do hospital e chegou para nós, então como vamos contestar os médicos? Não posso fazer isso, assim, o que chegar do hospital é o que vamos cumprir. 

A família não querer aceitar esta situação é normal, mas essa contestação não pode ocorrer. Se chegar em Pinheiro com essa condição e caixão lacrado, não vamos liberar para que o atos fúnebres sejam normais”, assegurou o prefeito.

Reportagem: Nael Rosa e Gilmone Bicca
Créditos site Eu Falei

2 comentários:

  1. Minha filha faleceu em casa de morte natural por ela ser especial e mesmo assim não deixaram a gente se despedir dela..tambem foi caixão lacrado...falta de concideração com a familia...gente sem coração😡😬😠

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