Já são 23 dias que o agricultor Aílton José Muller, 30 anos, desapareceu nas águas do Arroio Candiota. Na madrugada do dia 29 de junho, ele dirigia um carro onde estava um passageiro e, ao atravessar o arroio, o veículo foi levado pela correnteza.
O passageiro conseguiu se salvar e Muller não foi mais localizado. Ambos são naturais de Pinheiro Machado e, na madrugada do acidente, se dirigiam para aquela cidade e resolveram pegar uma estrada que encurta a distância.
Foram mobilizados, nas buscas, bombeiros de Bagé, Rosário do Sul e de Uruguaiana. Uma embarcação e até um drone foram usados, porém sem êxito até agora.
Na tarde de ontem, o celular do repórter do Folha do Sul, Luciano Madeira, tocou. Era a mãe do rapaz desaparecido, Juvita Muller, 60 anos - moradora do primeiro distrito de Pinheiro Machado.
Desesperada, ela pediu ajuda do jornal para conseguir um helicóptero para localizar o filho. A mãe está aflita por informações e a agonia aumentou mais ainda em razão de que as buscas foram suspensas em razão do mau tempo.
Juvita contou que o filho não era motorista de aplicativo.
"Meu filho tinha carro e quando as pessoas precisavam ir para algum lugar perguntavam quanto ele cobrava e ele levava as pessoas até o destino que elas queriam ir", disse.
A mãe do rapaz relatou que, na noite do acidente, o filho... levou o outro homem até Candiota. "Ele conhecia bem a estrada porque passava por ali seguidamente, além de encurtar caminho", comentou.
Cadarços intrigam
Ao ser perguntada como ela ficou sabendo do acidente do filho, Juvita respondeu na tarde do dia seguinte ao acidente. "Eu fui até o local e, quando cheguei, o local estava isolado pela Brigada Militar.
No outro dia, eu fui e estava apenas os bombeiros e quando cheguei perto eu vi uma coisa que me deixou muito intrigada, no parabrisa traseiro do carro tinha três cadarços amarrados", confidenciou.
Juvita contou que pagou um guincho para levar o carro do filho até uma oficina mecânica em Pinheiro Machado e até agora não fizeram nenhuma perícia no veículo. "Eu, como mãe, espero que ele esteja vivo, mas ao mesmo tempo temos que pensar em tudo. Eu também não posso deixar de imaginar que ele pode estar morto, porque já procuramos em todos os lugares e não foi encontrado", desabafou.
Além disso, a mãe afirmou que é preciso ser investigado, porque, segundo ela, o homem que estava com o filho já apresentou três versões sobre o fato e nenhuma foi convincente. Juvita falou que o Ailton José é pai de dois - uma menina de 5 anos e um menino de 8 meses.
Investigação
O delegado regional da Polícia Civil, Luís Eduardo Benites, informou que foi instaurado um inquérito policial, onde já foram ouvidos os depoimentos de várias pessoas e, nos próximos dias, a mãe de Ailton e outros familiares serão ouvidos.
Segundo ele, até o momento, as investigações não apontaram nada no sentido em que pode ter acontecido um crime.
"Se no decorrer do inquérito aparecer outras informações de relevância, a polícia vai apurar. A princípio, não temos por que suspeitar que o homem que estava junto com Muller tenha cometido algum crime", ressaltou o delegado.
Informações Folha do Sul