Fotos: Moon Produtora
Evento reúne autoridades, pesquisadores, artistas e comunidade em um encontro marcado por reflexão histórica, mobilização institucional e celebração da ancestralidade negra
O Sítio Histórico de Porongos viveu, em 15 de novembro, mais um capítulo marcante na preservação da memória dos Lanceiros Negros. A edição 2025 do Eco dos Porongos consolidou o evento como um dos mais importantes do Rio Grande do Sul na promoção da história, da cultura e do reconhecimento da participação negra nas lutas farroupilhas.
Com programação plural, articulação institucional e intensa participação popular, Pinheiro Machado reafirmou seu compromisso com a valorização de Porongos como patrimônio histórico e espaço vivo de reflexão.
A construção do Eco dos Porongos 2025 envolveu um amplo trabalho coordenado pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo. Sob liderança da secretária Sandra Machado Farias da Silva, a pasta desenvolveu identidade visual, programação oficial e articulou a comunicação com diversas autoridades estaduais e federais.
O esforço rendeu resultados: parlamentares, órgãos de cultura, instituições de memória e comitivas de vários municípios confirmaram participação, fortalecendo o caráter estadual do evento.
Entre as autoridades presentes estiveram a deputada estadual Bruna Rodrigues, autora da emenda parlamentar de R$ 50 mil que permitiu a realização da programação, a deputada estadual Laura Sito, Rosa Claudete Vaz Duarte representando o Senador Paulo Paim, Gilmar Pinheiro representando o IPHAN, Marcela Meireles, diretora da Casa de Cultura de Bagé e coordenadora da Diversidade da SECULT/Bagé, além de lideranças culturais como Tiago Malaquias, coordenador de Culturas Populares.
A secretária Sandra abriu sua manifestação destacando a emoção de conduzir pela primeira vez o Eco dos Porongos e elogiou a equipe que encontrou ao assumir a pasta. Relembrou que os Lanceiros Negros não tombaram ao acaso, mas protagonizaram uma luta marcada por coragem e injustiça histórica, cuja memória precisa ser reafirmada continuamente.
A vice-prefeita Laura reforçou a importância da representatividade feminina e negra na política contemporânea. Destacou os desafios enfrentados pelas mulheres, especialmente por mulheres negras, e lembrou que eventos como o Eco dos Porongos são essenciais para reconstruir narrativas e valorizar trajetórias apagadas ao longo do tempo. Agradeceu o trabalho das equipes municipais e reafirmou o compromisso do Executivo com ações que promovam cultura, inclusão e memória.
Em sua fala, o prefeito destacou o significado histórico de Porongos para Pinheiro Machado e para o Estado. “Quando olhamos para este cerro, não vemos apenas um ponto geográfico. Vemos um marco da resistência, da coragem e da luta dos Lanceiros Negros. É nosso dever preservar esta memória e transformar Porongos em um espaço cada vez mais vivo, educativo e acessível à população”, afirmou. Madruga também agradeceu às equipes municipais e às comitivas presentes, ressaltando que “o Eco dos Porongos não é apenas um evento, é um compromisso permanente com a verdade histórica”.
A deputada estadual Bruna Rodrigues, responsável pela emenda parlamentar de R$ 50 mil que custeou o evento, reforçou a necessidade de ampliar políticas públicas voltadas à memória afro-gaúcha. “Porongos precisa sair das páginas escondidas da história e ocupar o lugar que merece na formação do Rio Grande do Sul. Este evento mostra que quando há vontade política, a reparação histórica avança”, declarou.
A deputada estadual Laura Sito também sublinhou o simbolismo da data e do local, afirmando que “a presença do Estado em Porongos não é um gesto protocolar, mas uma afirmação de que a luta dos Lanceiros Negros integra a luta contemporânea por igualdade racial, justiça e reconhecimento”.
Representando o senador Paulo Paim, Rosa Claudete Vaz Duarte emocionou o público ao lembrar que a história dos Lanceiros Negros é uma história de dor, mas também de dignidade. “Por muito tempo tentou-se apagar esses homens da memória oficial. Hoje, cada passo dado neste cerro é um ato de resistência. E resistência é o que sempre moveu o nosso povo”, afirmou.
Ao longo do dia, o público acompanhou atividades que uniram arte, educação e espiritualidade. Entre os destaques estiveram a apresentação do filme e presença do elenco do filme “Apagados da História”, apresentações do rapper pelotense Eduardo Amaro, homenagem cênica da Invernada Alma Gaúcha, espetáculo “A Dança dos Orixás”, da Companhia de Dança Daniel Amaro, Feira da Terra, reunindo produtores da agricultura familiar, artesanato e gastronomia e visitas ao cerro, roda de conversa e momentos de contemplação e misticismo ligados à ancestralidade.
Comitivas de Pelotas, Candiota, Pedras Altas e Arroio Grande somaram força ao evento, levando quilombolas, grupos culturais, pastorais e entidades comunitárias. Escritores, historiadores e jornalistas também acompanharam a programação.
A edição 2025 do Eco dos Porongos reafirmou o compromisso de Pinheiro Machado com a preservação da memória e com a valorização de Porongos como espaço de história, educação e turismo cultural.
Para a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, o evento cumpriu sua missão ao unir reflexão, representatividade, ancestralidade e participação comunitária. “Porongos é um símbolo de resistência, justiça e memória. Nosso trabalho é garantir que essa história siga viva, respeitada e transmitida às futuras gerações”, destacou a coordenação.
O Eco dos Porongos 2025 encerrou deixando uma mensagem clara: a memória dos Lanceiros Negros não pertence apenas ao passado, mas orienta o presente e projeta o futuro.
Com participação popular expressiva, presença institucional robusta e forte conteúdo histórico e cultural, o evento consolidou mais um passo na construção de um legado que ultrapassa fronteiras municipais e reafirma Porongos como patrimônio vivo da identidade gaúcha.

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