A implantação de uma unidade de gaseificação de carvão mineral em Candiota, na região da Campanha, foi discutida em duas reuniões em Porto Alegre. Representantes do grupo chinês Qingdao Xinyutian Chemical (Yutian) e do Grupo Vamtec, do Espírito Santo, foram recebidos pelo governador Eduardo Leite, no Palácio Piratini, na segunda-feira, 2. Ontem, os empresários falaram sobre o potencial de gaseificação do carvão gaúcho durante reunião na Assembleia Legislativa.
No fim da tarde de segunda, o presidente da Vamtec, José Varella, e o presidente do grupo chinês, Ji Ke, falaram ao governador Eduardo Leite sobre o interesse das duas empresas em construir uma unidade de gaseificação de carvão mineral em Candiota.
A planta deverá produzir metanol e outros derivados.
No encontro, Leite reforçou o olhar especial que o governo tem para a criação de um polo carboquímico no Estado. “Podem ter certeza que terão, de nossa parte, toda a celeridade para tratar de questões como licenciamento, obviamente sem que isso traga qualquer tipo de degradação ao meio ambiente”, disse o governador.
Primeira etapa
Durante reunião da Frente Parlamentar do Carvão Mineral e Polo Carboquímico, ontem, o presidente Ji Ke detalhou o investimento planejado. “No início, queremos colocar uma fábrica que produza 100 mil toneladas de metanol.
No segundo passo, dependendo da situação da primeira fábrica, iremos ampliar o investimento”, adiantou o empresário chinês.
Segundo o presidente da Vamtec, durante os dois primeiros anos da obra, a expectativa é gerar cerca de mil empregos. Já na primeira fase da operação, seriam cerca de 120 postos de trabalho. “Esse investimento tem todo um impacto de geração de emprego e renda na região”, completa Varella.
Mão de obra de Candiota
O prefeito de Candiota, Adriano dos Santos, lembra que, durante a construção da UTE Pampa Sul, último empreendimento ligado ao carvão que entrou em operação recentemente no município, toda a mão de obra da cidade foi absorvida. “Além dos trabalhadores de Candiota, cerca de 5 mil pessoas de fora vieram para auxiliar a finalizar a usina. Isso movimenta o setor hoteleiro e comercial do município”, ilustra o prefeito.
Questões ambientais
Para o presidente da Frente Parlamentar do Carvão Mineral na Assembleia Legislativa, deputado Fábio Branco, do MDB, as questões ambientais não podem ser deixadas de lado. Para isso, ele confia na capacidade dos técnicos da Fepam.
“Nós estamos falando de um investimento limpo, que obedeça tecnicamente a todos os pontos de preservação do meio ambiente.
Aliás, nós precisamos discutir o carvão no Rio Grande do Sul sob o ponto de vista técnico, não ideológico. Temos 90% das reservas de carvão o Brasil e o mineral precisa ser visto como vetor de desenvolvimento para o Estado”, opina Branco.
Na mesma linha, o ex-prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, lembrou que o município possui avançados sistemas de monitoramento de qualidade do ar, o que traz tranquilidade para a população local.
Polo Cerâmico
O deputado Luiz Fernando Mainardi, do PT, lembra que, além do polo carboquímico, a região pode inserir na discussão a criação de um polo cerâmico. “Temos uma produção de argila já testada, que é significativa e de alta qualidade, para a produção de cerâmica e até mesmo cerâmica fina.
A ideia é termos uma cadeia produtiva que possa utilizar todas as possibilidades geradas a partir do carvão”, acrescenta Mainardi.
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